Participacao Especial...
Pois e' pessoal... Ha tempos nosso blog ta parado... atirado as tracas...
Eis que chego em casa e ao abrir meu email me deparo com escritos do meu grande amigo Felipao. A pedido - e mesmo que nao fosse - publico esse texto que acredito esclarecer ideias e pensamentos para a galera mais nova que mora na baia.
Ai vai:
Pubs e Baia
Soa estranho quando lemos em bares e lojas coisas do tipo "Tradição desde 2000". Parece risível que algo tão recente possa ter alguma tradição. Aí, lendo o blog da Baia vejo as discussões à cerca deste tópico e da quebra dele. Acho que é de alguma valia fazer um histórico de certas tradições - isso mesmo, embora a Baia exista há pouco mais de dois anos, tem tradições que geram até discórdia - baísticas e revelar que certas "quebras" são, na verdade, retornos.
Falemos de um tema, ou de uma tradição, o qual eu domino: pubs. Domino por ter gasto grande parte do meu tempo, e a maior parte do meu dinheiro dentro de pubs. E por ter aculturado a Baia ao reino das pints. Antes, porém, é necessário situar o leitor a um breve registro cronológico.
A Baia foi inaugurada no dia 13 de dezembro de 2002. Naquele dia, os primeiros moradores - entre os quais eu me incluo - entraram neste prédio recém construído e o transformaram na Baia. Para se ter uma idéia do tempo que isso representa é só pensar o seguinte: o Jarbas e o Gabriel são os dois moradores atuais mais antigos da Baia. Eles estão lá cerca de um ano. Antes de eles colocarem os pés pela primeira vez neste templo sagrado, suas paredes já contavam com a nossa presença por cerca de um ano e meio. Eu divido a Baia em quatro períodos - de acordo com seus moradores, épocas e outras peculiaridades: a)Período Pré-Baístico: engloba a semana imediatamente anterior ao surgimento da Baia, sua data inaugural e se estende até os últimos dias de março de 2003; b)Período Clássico: data do começo de abril de 2003 até dezembro deste mesmo ano; c)Período Moderno: vai de dezembro de 2003 até junho de 2004; d) Período Pós-Moderno ou da Hipermodernidade: de junho de 2004 aos dias atuais. Tivemos a nossa Era Medieval - mas esta foi muito mais uma quebra do que um período. Em outra oportunidade exemplificarei estes termos e darei o embasamento filosófico do qual me vali para dividir a Baia desta maineira. Com isso quero dizer que existem tradições que fogem àqueles que há pouco entraram na Baia, porque simplesmente se desconhece onde tudo teve início, e, por isso mesmo, são tradições.
Como testemunha, trago aos Baianers atuais e passados a história da Baia e dos seus pubs.Bem no começo - nos meses antes de criarmos a Baia - as pessoas que seriam seus primeiros habitantes já estavam em Londres e cada uma delas, à sua maneira, descobria os pubs desta cidade inesquecível. Eu, nos meus primeiros dias, ainda não tinha o faro para reconhecer um bom pub, um autêntico. Por isso, freqüentava pubs de Piccadilly Circus e Leicester Square que nada lembravam uma British Free House. Depois, quando eu e o Samuca conhecemos a Renatinha, a Denise e o Cris, começamos a freqüentar alguns lugares em Fullham Broadway, legais, mas ainda too fancy. E então, quando o Guilherme, o Palito, a Janine e o Kilha chegaram mudamos todos para a Baia - ainda inacabada.
Nos primeiros dias a estação era a Caledonian, substituída pela Holloway pela maioria um mês mais tarde e por mim três meses mais tarde. O supermercado era o Waitrose - que sempre tinha uma promoção de Coca e de frango assado muito boa. E o pub era o The Holloway.Talvez ele tenha sido escolhido por estar no caminho para o supermercado, contar com aquela atmosfera característica e transmitir os principais jogos de futebol dos campeonatos inglês e europeu. Quem primeiro nos convidou - eu e o Samuca - para tomarmos uma pint no Holloway foi a Renatinha. Bastou uma vez, para começarmos a ir por conta. Quando o Waitrose - depois de um mês e pouco - foi substituído pelo Safeway e sua linha Savers, começamos a flertar com o pub irlandês do outro lado da rua - em frente ao Holloway, nunca fui lá.E o The Holloway tornou-se uma rotina para happy-hours e first beer para os recém chegados.
Vale lembrar a antológica foto da chegada do Berguinho e do Ronaldo, em fevereiro de 2003, tomando sua primeira pint de Guiness no The Holloway. Do jogo do Manchester contra o nosso Arsenal pelas quartas-de-finais da Liga das Campeões de 2003. Bem no início todos tínhamos chaves e se por acaso alguém perdia a sua era só ir até o The Holloway para encontrar algum Baianer por lá e pegar a chave emprestada.Mas, um dia ainda no período Pré-Baístico, indo da internet do italiano até o Safeway comentei com a Renatinha sobre o tamanho do The Coronet e ela falou qualquer coisa sobre a rede Wetherspoon e sobre a boa comida servida. Poucas semanas mais tarde, eu e o Samuca estávamos na porta do The Coronet analisando seu cardápio e reparamos que eles tinham algumas promoções bem atrativas.A primeira delas, lembro-mo bem, chamava-se SORRY RONNIE! Trava-se de um burguer com fritas e uma pint por 3.59 ou com Coca por 2.99. Entramos. E entramos muitas outras vezes. Descobrimos que a Wetherspoon - sendo a maior rede de pubs do Reino Unido - praticava preços diferenciados nos seus pubs e por isso eles tinham descontos substanciais em determinados dias e em determinadas cervejas.O The Coronet era um antigo Cine Teatro, sua história é contada nas fotografias e banners espalhados por suas paredes. Tem um amplo salão onde, muitas vezes, os pioneiros da Baia, se embriagaram todos juntos.O The Coronet tornou-se o pub da Baia.
Cerca de um mês depois o The Holloway fechou para reforma e assim ficou por quase dez meses. Quando eu fui embora ele ainda não tinha reaberto.Durante a era Moderna da Baia, tinhamos o The Coronet como local de almoço de final-de-semana: suas promoçoes de double dishes e de sunday roasts fazíanos emendarmos pint atrás de pint.Então, num alegre sábado de fevereiro de 2004 eu e o Bruninho inauguramos o Happy Saturday. Íamos para o pub - geralmente o The Coronet - pelas dez horas da manhã, tomavámos nosso English Breakfast, e a Dog's Hair - costume inglês de tomar a primeira pint da manhã logo após o café. Continuavámos bebendo, aí almoçávamos, bebíamos, pedíamos snacks, bebíamos, até cerca de dez horas e nos arrastávamos até em casa. Nesta época começamos a freqüentar o The White Swan na esquina da Holloway com o Upper Street em Highbury and Islington. Pub da mesma companhia do The Coronet, praticava preços ainda mais módicos.
O Happy Saturday se tornou evento, marcávamos datas e fizemos até um em Oxford numa day trip. Mas até o dia em que eu saí da Baia, o The Coronet era o nosso pub.Apesar da minha lealdade ao pub da Baia, eu freqüentava muitos outros pubs. Desde os primeiros dias da Baia, o pub para festa era o Walkabout de Shepherd's Bush. Inclusive foi lá minha primeira ceva em Londres, no meu segundo dia na cidade. De todos os pubs que eu freqüentei dois se tornaram uma rotina semanal ou ainda mais amiúde: o The 1.70 Bar em Old Street e o Walkabout Shoe Lane em Fleet Street. O primeiro durante muito tempo considerado o pub mais imundo de Londres, e o segundo onde eu me encontrava às sextas-feiras, com meus work mates. Mas foram tantos outros, o Czar Bar em London Bridge, o The White Horse em Tottenham, o Hog's Head em St. Mary Axe.Esta é a sempre viva BAIA, sempre em movimento . Tem suas tradições que são sempre renovadas e mantidas de maneira quase sagrada por aqueles que se sentiram ou se sentem verdadeiros membros desta irmandade.
Mas como a história anda em círculos a história da Baia não é diferente.
Eis que chego em casa e ao abrir meu email me deparo com escritos do meu grande amigo Felipao. A pedido - e mesmo que nao fosse - publico esse texto que acredito esclarecer ideias e pensamentos para a galera mais nova que mora na baia.
Ai vai:
Pubs e Baia
Soa estranho quando lemos em bares e lojas coisas do tipo "Tradição desde 2000". Parece risível que algo tão recente possa ter alguma tradição. Aí, lendo o blog da Baia vejo as discussões à cerca deste tópico e da quebra dele. Acho que é de alguma valia fazer um histórico de certas tradições - isso mesmo, embora a Baia exista há pouco mais de dois anos, tem tradições que geram até discórdia - baísticas e revelar que certas "quebras" são, na verdade, retornos.
Falemos de um tema, ou de uma tradição, o qual eu domino: pubs. Domino por ter gasto grande parte do meu tempo, e a maior parte do meu dinheiro dentro de pubs. E por ter aculturado a Baia ao reino das pints. Antes, porém, é necessário situar o leitor a um breve registro cronológico.
A Baia foi inaugurada no dia 13 de dezembro de 2002. Naquele dia, os primeiros moradores - entre os quais eu me incluo - entraram neste prédio recém construído e o transformaram na Baia. Para se ter uma idéia do tempo que isso representa é só pensar o seguinte: o Jarbas e o Gabriel são os dois moradores atuais mais antigos da Baia. Eles estão lá cerca de um ano. Antes de eles colocarem os pés pela primeira vez neste templo sagrado, suas paredes já contavam com a nossa presença por cerca de um ano e meio. Eu divido a Baia em quatro períodos - de acordo com seus moradores, épocas e outras peculiaridades: a)Período Pré-Baístico: engloba a semana imediatamente anterior ao surgimento da Baia, sua data inaugural e se estende até os últimos dias de março de 2003; b)Período Clássico: data do começo de abril de 2003 até dezembro deste mesmo ano; c)Período Moderno: vai de dezembro de 2003 até junho de 2004; d) Período Pós-Moderno ou da Hipermodernidade: de junho de 2004 aos dias atuais. Tivemos a nossa Era Medieval - mas esta foi muito mais uma quebra do que um período. Em outra oportunidade exemplificarei estes termos e darei o embasamento filosófico do qual me vali para dividir a Baia desta maineira. Com isso quero dizer que existem tradições que fogem àqueles que há pouco entraram na Baia, porque simplesmente se desconhece onde tudo teve início, e, por isso mesmo, são tradições.
Como testemunha, trago aos Baianers atuais e passados a história da Baia e dos seus pubs.Bem no começo - nos meses antes de criarmos a Baia - as pessoas que seriam seus primeiros habitantes já estavam em Londres e cada uma delas, à sua maneira, descobria os pubs desta cidade inesquecível. Eu, nos meus primeiros dias, ainda não tinha o faro para reconhecer um bom pub, um autêntico. Por isso, freqüentava pubs de Piccadilly Circus e Leicester Square que nada lembravam uma British Free House. Depois, quando eu e o Samuca conhecemos a Renatinha, a Denise e o Cris, começamos a freqüentar alguns lugares em Fullham Broadway, legais, mas ainda too fancy. E então, quando o Guilherme, o Palito, a Janine e o Kilha chegaram mudamos todos para a Baia - ainda inacabada.
Nos primeiros dias a estação era a Caledonian, substituída pela Holloway pela maioria um mês mais tarde e por mim três meses mais tarde. O supermercado era o Waitrose - que sempre tinha uma promoção de Coca e de frango assado muito boa. E o pub era o The Holloway.Talvez ele tenha sido escolhido por estar no caminho para o supermercado, contar com aquela atmosfera característica e transmitir os principais jogos de futebol dos campeonatos inglês e europeu. Quem primeiro nos convidou - eu e o Samuca - para tomarmos uma pint no Holloway foi a Renatinha. Bastou uma vez, para começarmos a ir por conta. Quando o Waitrose - depois de um mês e pouco - foi substituído pelo Safeway e sua linha Savers, começamos a flertar com o pub irlandês do outro lado da rua - em frente ao Holloway, nunca fui lá.E o The Holloway tornou-se uma rotina para happy-hours e first beer para os recém chegados.
Vale lembrar a antológica foto da chegada do Berguinho e do Ronaldo, em fevereiro de 2003, tomando sua primeira pint de Guiness no The Holloway. Do jogo do Manchester contra o nosso Arsenal pelas quartas-de-finais da Liga das Campeões de 2003. Bem no início todos tínhamos chaves e se por acaso alguém perdia a sua era só ir até o The Holloway para encontrar algum Baianer por lá e pegar a chave emprestada.Mas, um dia ainda no período Pré-Baístico, indo da internet do italiano até o Safeway comentei com a Renatinha sobre o tamanho do The Coronet e ela falou qualquer coisa sobre a rede Wetherspoon e sobre a boa comida servida. Poucas semanas mais tarde, eu e o Samuca estávamos na porta do The Coronet analisando seu cardápio e reparamos que eles tinham algumas promoções bem atrativas.A primeira delas, lembro-mo bem, chamava-se SORRY RONNIE! Trava-se de um burguer com fritas e uma pint por 3.59 ou com Coca por 2.99. Entramos. E entramos muitas outras vezes. Descobrimos que a Wetherspoon - sendo a maior rede de pubs do Reino Unido - praticava preços diferenciados nos seus pubs e por isso eles tinham descontos substanciais em determinados dias e em determinadas cervejas.O The Coronet era um antigo Cine Teatro, sua história é contada nas fotografias e banners espalhados por suas paredes. Tem um amplo salão onde, muitas vezes, os pioneiros da Baia, se embriagaram todos juntos.O The Coronet tornou-se o pub da Baia.
Cerca de um mês depois o The Holloway fechou para reforma e assim ficou por quase dez meses. Quando eu fui embora ele ainda não tinha reaberto.Durante a era Moderna da Baia, tinhamos o The Coronet como local de almoço de final-de-semana: suas promoçoes de double dishes e de sunday roasts fazíanos emendarmos pint atrás de pint.Então, num alegre sábado de fevereiro de 2004 eu e o Bruninho inauguramos o Happy Saturday. Íamos para o pub - geralmente o The Coronet - pelas dez horas da manhã, tomavámos nosso English Breakfast, e a Dog's Hair - costume inglês de tomar a primeira pint da manhã logo após o café. Continuavámos bebendo, aí almoçávamos, bebíamos, pedíamos snacks, bebíamos, até cerca de dez horas e nos arrastávamos até em casa. Nesta época começamos a freqüentar o The White Swan na esquina da Holloway com o Upper Street em Highbury and Islington. Pub da mesma companhia do The Coronet, praticava preços ainda mais módicos.
O Happy Saturday se tornou evento, marcávamos datas e fizemos até um em Oxford numa day trip. Mas até o dia em que eu saí da Baia, o The Coronet era o nosso pub.Apesar da minha lealdade ao pub da Baia, eu freqüentava muitos outros pubs. Desde os primeiros dias da Baia, o pub para festa era o Walkabout de Shepherd's Bush. Inclusive foi lá minha primeira ceva em Londres, no meu segundo dia na cidade. De todos os pubs que eu freqüentei dois se tornaram uma rotina semanal ou ainda mais amiúde: o The 1.70 Bar em Old Street e o Walkabout Shoe Lane em Fleet Street. O primeiro durante muito tempo considerado o pub mais imundo de Londres, e o segundo onde eu me encontrava às sextas-feiras, com meus work mates. Mas foram tantos outros, o Czar Bar em London Bridge, o The White Horse em Tottenham, o Hog's Head em St. Mary Axe.Esta é a sempre viva BAIA, sempre em movimento . Tem suas tradições que são sempre renovadas e mantidas de maneira quase sagrada por aqueles que se sentiram ou se sentem verdadeiros membros desta irmandade.
Mas como a história anda em círculos a história da Baia não é diferente.
gab.
9 Comments:
Eu Digo q o numero 13 eh sagrado...
Tudo isso pra chegar a conclusao de que tanto faz The Coronet ou the Holloway.
Gostei do nosso Arsenal
Tudo isso para fazer com que os moradores da Baia - atuais - continuem, não importa aonde, fazendo coisas coletivamente. E não se transformem em seres individualistas que acabam com tudo de bom que os tempos em comum na Baia criaram. E também, para que a galera que é nova na Baia saiba como tudo surgiu e através disso crie um vínculo com todos que já passaram pela Baia. Para ser sempre uma coisa só e não várias Baias diferentes.
Too late...
A Baia jah eh uma Baia diferente. Diferente hoje da de ontem...
Com gente que entra pela frente e tem mais carinho pelo Celso Pita do que pelo Stone...
Ainda bem!
Porque isso nao importa nada e a Baia continua sendo o lar da gente por aqui - igual ou diferente.
O resgate da historia da Baia eh importante, assim como a continuacao dela.
Felipao, responsavel pelo resgate, nos, responsaveis pela continuacao.
E tudo isso pra fazer com que os moradores da Baia bebam, nao importa aonde, juntos.
sei la... os comments da V me fizeram meio pensar que ela e' chata. nada a ver o desafio com as tradicoes da baia... po v!
Luís, you got the point (and the pint)!
Na verdade a V tem uma richa pessoal com a lenda FELIPAO, mas vos digo, a atitude insana de alguns fanaticos excedeu toda e qualquer tentativa de reconciliacao. DEVOLVAM O PITA, ELE NAdA TEM A VER COM ISSO!!!!
Chata eh essa historia de ficar escrevendo 300 laudas pra decidir onde se bebe sendo que se bebe sempre sem importar aonde...
Acho um saco ficar fazendo um troco sem sentido soh porque eh tradicao e nao PODE ser diferente senao o ceu caira sobre nossas cabecas ou o Felipao ficarah ofendido...
E o coitado do Pita nao tinha nada a ver com isso, mas a torradeira estah ai pra isso.
Desencanem!
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